A procura pela beleza e a harmonia da face para melhora da autoestima vem crescendo cada vez mais. Esse aumento da procura de procedimentos de harmonização orofacial se deve por vários fatores como: aumento do uso das redes sociais, melhora na viabilização das formas de pagamento e maior acessibilidade para realização dos procedimentos, que hoje são realizados por diversos profissionais da área da saúde. Mas, será que estes profissionais estão dando a devida importância para o planejamento individualizado do paciente e os efeitos psicológicos da harmonização ou estão seguindo padrões de beleza sem se preocupar com um planejamento individualizado?

Baseado na revisão de literatura é perceptível que existe um grande número de pessoas atingidas pelos padrões de beleza impostos pela mídia. Hoje, o grande desafio da Harmonização Orofacial é a personalização do trabalho.

Com a utilização de ferramentas como o Visagismo e a Morfopsicologia no planejamento da harmonização facial é possível proporcionar ao paciente benefícios estéticos e psicológicos que podem melhorar as suas relações interpessoais e sua autoestima. Além disso, com a utilização dessas ferramentas o profissional pode se diferenciar dos demais. O profissional que utiliza essas ferramentas vai além de correções estéticas, ele consegue adaptar o trabalho estético de acordo com a personalidade do cliente, evitando uma aparência impessoal e artificial.

O Visagismo se origina do termo francês “visage” que significa rosto. É um conceito criado em 1936 pelo famoso maquiador parisiense Fernand Aubry. Ele percebeu a necessidade de criar técnicas de maquiagem para cada temperamento e tipo de rosto com o objetivo de “revelar a beleza única de cada mulher”. O estudo do Visagismo se intensificou com as contribuições de Philip Hallawell, artista plástico brasileiro que estudou o rosto humano levando em conta não somente a beleza ligada à área matemática, harmonia e simetria, mas também a outros fatores como a morfopsicologia. Já a morfopsicologia é uma ciência criada em 1930 pelo psiquiatra francês, Louis Corman, que correlaciona as características psicológicas com características físicas. Na morfopsicologia algumas características físicas são interpretadas para identificar traços comportamentais do indivíduo: Simetria da face, posicionamentos das estruturas da face (lei biológica da retração e da dilatação) e terços da face.

No visagismo, o temperamento ou perfil comportamental, se refere às características emocionais e comportamentais de uma pessoa que influenciam sua aparência. Há 4 tipos de temperamentos: sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático. Ao analisar o tipo de temperamento que mais condiz com as características, tendências emocionais e personalidade, conseguimos compreender muitas coisas a nosso respeito e a respeito dos outros. É muito difícil um paciente apresentar um temperamento único, o que acontece é um conjunto desses temperamentos em cada pessoa. Geralmente, dois acabam sobressaindo, levando à uma gama de temperamentos diferentes. Quando o paciente busca fazer uma intervenção na face, ele quer alguma mudança, geralmente porque a sua imagem atual não está traduzindo o seu temperamento, ou seja o interno e o externo não estão em harmonia.